segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A Bíblia incentiva apostas?



Muitas pessoas citam as escrituras para validar todo tipo de jogatina e apostas. Isso porque em diversas passagens bíblicas, o termo “lançar sorte” é usado no momento de importantes decisões.

Em Levíticos, Arão lançou sorte sobre dois bodes, para assim definir qual deles seria entregue ao Senhor. Josué realizou um sorteio para distribuir a terra conquistada entre as famílias hebréias. Neemias usou o mesmo critério na escolha dos que morariam dentro das muralhas, e os apóstolos escolheram o substituto de Judas Iscariotes numa técnica  semelhante ao nosso “cara e coroa”.

A diferença destes casos para a jogatina e apostas casuais, as quais muitos se submetem, é um oceano de proporção colossal. Quando estes homens de Deus “lançavam sorte” sobre uma questão, não estavam buscando ganhos pessoais, brincando com o acaso, ou se divertindo com as possibilidades. Eles estavam em quebrantamento e oração, buscando do Senhor a resposta para a solução mais justa de uma causa específica.

Deus era louvado antes, durante e depois.   Salomão explicou brilhantemente este argumento em Provérbios 16:33: - A sorte é lançada no colo, mas a decisão vem do Senhor.  Até mesmo os marinheiros pagãos que usaram este recurso para expor  Jonas como a causa da tempestade que enfrentavam, foram direcionados por Deus, pois a motivação de suas ações era louvável. Quem se embrenha pelo mundo perigo dos jogos, sejam “de azar” ou “eletrônicos”, certamente não tem em si, motivações tão nobres.

Mas antes de demonizar qualquer jogo, apelar para possíveis simbolismo nos naipes de um baralho ou teorizar sobre as conspirações em cassinos e casas de apostas, é preciso ser pragmático e entender que ambientes de jogatinas (de qualquer espécie), testificam fortemente contra a nossa fé.

Primeiro porque quando buscamos retirar destes lugares algum ganho, colocamos em xeque a capacidade de Deus como nosso provedor. Estamos, literalmente, recorrendo a Mamon, desejando ostentar uma vida que não condiz com o perfil descrito por Jesus para quem deseja ser seu servo. Seja na vida real ou a vivida ilusoriamente dentro de um computador (Lucas 9:24 / 16:13).

Ambientes de jogos são portas abertas para outras perniciosidade, como, bebidas, tóxicos e luxurias. E se não tivermos forças para dizer não a um jogo, certamente seremos fracos para mergulhar em abismos ainda mais escuros. Lembre-se sempre das palavras do Salmo 1:1:  Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores!

Seja assentado numa mesa de pôquer, ao redor de roleta, no balcão de uma casa de aposta ou conectado para um jogo multiplayer, corremos o imenso risco de estarmos fazendo exatamente o que deveríamos evitar. Sabendo onde Satanás mora, por que cargas d’água insistimos em visitá-lo? Não é nem uma questão de santidade, e sim de inteligência, pois como Jesus nos instruiu, é preciso ser simples como as pombas, mas prudentes como as serpentes (Mateus 10:16).


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