Na noite deste sábado, 20 de
agosto de 2016, o grupo de varões Herança Divina realizou seu culto especial de
homens, que contou com uma ministração profunda e inquietante do Pb. Bene
Wanderley, sobre o “esfriamento do amor”.
Falar do “amor” e sobre o “Amor”
genuinamente bíblico, pode não ser uma tarefa tão simples para nós que estamos
vivendo dias de esfriamento espiritual no meio do povo cristão. Neste contexto
de apostasia, para se falar sobre o amor, com verdade e sem demagogias, é
preciso muitas vezes, cortar na própria carne (e isso nunca é bom). Segundo às escrituras, a
multiplicação da iniquidade é a causa do esfriamento do amor na vida de tantas
pessoas (Mateus 24:12). É se quer, percebemos que sem amor, não passamos
de latas vazias fazendo barulho em vão...
O apóstolo Paulo, recebeu
péssimas notícias relativas a igreja estabelecida na cidade de Corinto.
Aparentemente tudo ia bem... O culto era barulhento e cheio da
manifestação dos dons espirituais. Aquela, sem dúvida, era a mais carismática
congregação de seu tempo. Porém, bastava um rápido olhar crítico para notar que
por de traz de tanta espiritualidade, se escondia uma igreja problemática e a
beira da falência espiritual. Facções partidárias pulverizavam a unidade da
igreja, causando segregações sociais e ideológicas dentro da congregação, pondo
em xeque até mesmo a liderança paulina. A mensagem pregada por um, logo era
desmentida por outro, e este desatino começou as extrapolar as paredes do
templo, já que muitos irmãos estavam levando suas divergências eclesiásticas
para os tribunais seculares.
No trato com as pessoas, a
balança sempre pendia suave para uma classe específica, enquanto outros eram
tratados com maior rigor, mesmo em ofensas menos graves. Paulo então
escreve sua mais ácida e verborrágica epístola: Povo invejoso, rancoroso,
encrenqueiro e cheio de mágoas... Eu queria lhes falar com se fala com
crentes espirituais, mas infelizmente não posso fazer isso, pois vocês ainda
são carnais... Não homens de Deus... Apenas meninos em Cristo (I Coríntios 3:
1-3).
Em cada verso seguinte, Paulo os
instrui a serem complacentes uns para com os outros. Explica que a igreja é de
Deus e não de homens, mas que todos tem funções especiais dentro dela, já que a
mesma é como um corpo composto de vários membros. Ele orienta aos casais para
que se amem e se respeitem, ensina que é preferível ser prejudicado do que
levar outro irmão ao litígio, que o culto deve ser realizado com decência e
ordem e o exercício dos dons precisa ser praticado em obediência e zelo. Após apontar
os principais erros daquela igreja e indicar as ações corretivas para cada
desvio ali existente, o apostolo apresenta aos corintos, a solução definitiva
para todas as mazelas presentes ou futuras... “Eu vou mostrar a vocês um
caminho muito mais excelente” (I Coríntios 12:31)
Ainda que se possa falar todos os
idiomas da terra e conhecer a linguagem do céu... Ainda que se possua todos os
dons e se tenha fé o suficiente para mover montanhas... Se não houver amor,
tudo não passa de um sino fazendo barulho... Mesmo que se doe todo o dinheiro
para os pobres, ou que ainda a própria vida seja ofertada por alguém... Se não
for por amor... Tudo terá sido feito em vão... O amor é bondoso, gentil,
paciente, humilde, complacente, abnegado... Ele não busca interesses próprios,
não se ofende, não se irrita, não se envaidece, não faz julgamentos e cria
intrigas... Na verdade ele tudo crê, tudo espera e tudo suporta, sem jamais se
extinguir...
Tudo o que valorizamos hoje,
amanhã perderá seu valor... O belo se tornará feio... O que está cheio se
esvaziará.... As coisas finitas encontraram seu fim... E as imperfeições
desapareceram diante da perfeição divina... Neste dia, quando todos se
apresentarem diante de Deus e justificativas humanas já não surtirem efeito,
quando as mentiras deixarem de existir, quando as partes se tornarem um todo,
quando não houverem mais segredos e mistérios a serem revelados, neste dia,
apenas três coisas ainda terão significância: Fé... Esperança... Amor... E dos
três, o mais excelente é o Amor!
O grande desejo de Cristo para
sua Igreja, é que ela seja um diferencial neste mundo que jaz no maligno, um
farol para guiar os perdidos rumo a um porto seguro, uma luz intensa e
incessante em meio as trevas. Somos uma carta viva (e aberta), escrita pelo
próprio Deus e enviada aos homens para testificar sobre Jesus. Mas se em nós, o
amor se esfriar, o que teremos a oferecer a Deus e aos homens?
Ultimamente, a Igreja vive dias
difíceis, pois estamos passando por um momento dramático e angustiante. Alguns
acontecimentos se abateram sobre o Corpo de Cristo e alteraram seu conceito
diante da sociedade. Sua visão ficou ofuscada, sua missão comprometida, sua
unidade abalada e sua comunhão fragmentada. É bem certo que enfrentamos crises
em várias dimensões, porém, a área mais atingida é a da fidelidade.
Atualmente, percebe-se que a Igreja enfrenta crise em várias áreas e os
princípios mais prejudicados são: a unidade, a comunhão e a ética. Com tais debilidades, o
cristianismo perde sua essência.
No amor se resume a fé cristã,
todo o mandamento divino e a vida cotidiana do cristão. O amor se faz presente
em nossa peregrinação por esta terra em formas e trejeitos diversos e por
muitas vezes se manifesta como um dom de Deus. Em sua essência, aliás, podemos
considerar que o amor é o maior de todos os presentes dado pelo Criador ao ser
humano, seja no privilégio de ser amado ou na capacidade exclusiva de
amar. Deus nos ama incondicionalmente,
e este é o mais valioso dos dons.
É desfrutando plenamente deste
amor que obtemos os meios necessários para manifestá-lo ao nosso próximo.
Entretanto, é preciso entender que o amor cristão exercido diariamente não deve
ser dado a nós por Deus, mas sim desenvolvido por nós para Deus.
Primeiramente porque Deus já nos amou e por amor Jesus Cristo nos deu sua vida,
e agora, imersos neste amor, precisamos desenvolver um amor genuíno por aqueles
que nos cercam e para com o nosso próprio Senhor.
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