A palavra grega “ekklesia”, que na
língua portuguesa se traduz por “IGREJA”, etimologicamente significa “alguém
que é chamado para fora”. Ela é formada de uma preposição - “ek” (fora) - e de um verbo - “kaleo” (chamar), logo, é transliterada por “chamar
para fora”, mas também pode ser entendida como “assembleia" ou ainda "assembleia dos santos".
Ekklesia, no sentido prático, designava uma convocação de homens para a guerra.
Jesus escolheu este termo para identificar a organização que estava implantando
na Terra antes de sua ascensão aos céus, usando-a pela primeira vez em sua
conversa com Pedro registrada no texto de Mateus 16:18.
Neste contexto teológico, “Ekklesia
ou Igreja” trata-se de um grupo específico que ao receber o chamado do
Evangelho de Cristo (chamado este que é universal), abandonam suas velhas
práticas, renunciam a si mesmos, tomam a cruz sobre os ombros e passam a seguir
Cristo, tendo seu modo de agir, pensar e viver, lapidados de acordo com os
ensinamentos de Jesus. São pessoas que embora vivam no mundo, do mundo não são
mais; pois vivem a vida baseados na fé do Cristo encarnado. Viviam num círculo
vicioso de pecados e longe da vontade divina, mas foram “chamados para fora” e
agora fazem parte do Reino de Deus.
Já nos primeiros dias da Igreja
como “instituição”, alguns parâmetros foram estabelecidos sobre como deveria
ser sua postura em relação ao próprio Cristo e aos homens. Primeiramente, eles
foram obedientes a ordenança de Jesus para ficaram em Jerusalém até serem
revestidos de poder. Este fato se sucedeu cerca de dez dias após a ascensão do
Messias, quando o Espírito Santo foi derramado sobre os 120 remanescentes que
perseveravam em oração. Lucas nos dá detalhes deste importante evento em Atos
2:1-4, e ainda revela que através de um único sermão, quase três mil almas se converteram
naquele dia (Atos 2:41).
O crescimento da Igreja era
assombroso, mas a essência do cristianismo se mantinha inalterada. Antigos e
novos cristãos viviam em perfeita e ampla união, praticando com perseverança os
ensinamentos apostólicos. Havia na alma de cada crente grande senso de temor e
respeito. A comunhão era cultivada de uma forma onde todos pudessem assentar
fraternalmente numa única mesma mesa e realizar a mesma oração.
Os apóstolos pregavam com grande
autoridade e poder sobre o “Cristo Ressuscitado”, realizando muitos prodígios e
sinais no nome de Jesus. Entre eles não havia gente necessitada, pois os que
possuíam mais, vendiam suas propriedades e bens, depositando os valores aos pés
dos apóstolos, para que fosse distribuído entre os que mais precisavam.
Este com certeza é “o” modelo a ser seguido pelas igrejas de qualquer época e
em qualquer lugar, mas que infelizmente, o tempo aliado ao egoísmo humano, tem
conseguido corromper.
O grande desejo de Cristo para
sua Igreja, é que ela seja um diferencial neste mundo que jaz no maligno, um
farol para guiar os perdidos rumo a um porto seguro, uma luz intensa e
incessante em meio as trevas. Somos uma carta viva (e aberta), escrita pelo
próprio Deus e enviada aos homens para testificar sobre Jesus, assim como agiam
os primeiros cristãos, cuja atividade, foi brilhantemente resumida por Lucas: Todos os dias continuavam a
reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos
participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a
Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava todos os
dias os que iam sendo salvos (Atos 2:46-47).
Ultimamente, a Igreja vive dias
difíceis, pois estamos passando por um momento dramático e angustiante. Alguns
acontecimentos se abateram sobre o Corpo de Cristo e alteraram seu conceito
diante da sociedade. Sua visão ficou ofuscada, sua missão comprometida, sua
unidade abalada e sua comunhão fragmentada. É bem certo que enfrentamos crises
em várias dimensões, porém, a área mais atingida é a da fidelidade.
Atualmente, percebe-se que a Igreja enfrenta crise em várias áreas e os
princípios mais prejudicados são: a unidade, a comunhão e a ética.
A Igreja que supera as crises de
unidade, comunhão e ética, e tudo aquilo que compromete sua missão, certamente
possui características de uma Igreja fiel, que vence as influências mundanas.
Um exemplo marcante de Igreja frutífera são os cristãos tessalonicenses Eles
levaram a grande comissão de Cristo a sério (Mateus 28:18-20). Serviram de
exemplo para outros cristãos, pois difundiam o Evangelho por onde quer que
fossem (I Tessalonicenses 1.7-8). Levaram o Evangelho para toda a cidade, e,
muito além de suas fronteiras físicas, para a região da Macedônia até a região
da Acaia. Certamente esses cristãos discipulavam outros crentes e evangelizavam
os incrédulos. Sem dúvida, outras igrejas foram fundadas graças à propagação do
Evangelho que brotou daqueles irmãos.
A Igreja é um enorme celeiro e um
grande depositário de vocações, talentos, recursos e potenciais. Neste sentido,
seu papel deve ser o de orientar os membros para o serviço à sociedade.
Refletindo o nosso chamado para sermos sal e luz. Temos de avançar na questão
da solidariedade através da conscientização. Como no sentido original da
palavra “igreja”, precisamos recuperar a nossa vocação histórica de agentes de
transformação e esperança.
O testemunho social da Igreja
deve invadir as feiras e praças da cidade, o ambiente de trabalho, a escola, a
universidade, entre outros. A fé cristã não cabe entre quatro paredes. Quando
seguimos a Cristo devemos contextualizar a verdade, refletindo a imagem de Deus
no serviço, na proclamação, na compaixão e no amor (João 13:15; I Pedro 2:21).
Segundo o escritor cristão
Richard Mayhue, salvo a igreja de Jerusalém, nenhuma outra igreja esteve tão
intimamente ligada à expansão missionária quanto a de Antioquia (Atos 13:1-4).
Ele aponta alguns princípios básicos e eternos que contribuíram para o sucesso
da referida igreja. Primeiramente, a partida de Paulo e Barnabé foi motivada e
direcionada pelo espírito Santo (Atos 13:2), isto é, estava de acordo com o
chamado e vontade de Deus, e não de homens. Em segundo lugar, a igreja confiou
os dois obreiros a Deus e os encarregou de promover a expansão do Evangelho, ou
seja, foram enviados pelo Espírito Santo e pela igreja local. Entendemos aqui
que Paulo e Barnabé estavam debaixo de cobertura espiritual (Atos 13:3).
Outro ponto a ser observado é que
a igreja cedeu de boa vontade seus melhores homens, Paulo e Barnabé, em
obediência à orientação do Senhor (Atos 13:4). Ela não foi mesquinha nem
individualista em reter ou limitar a obra de Deus na vida dos seus servos e
permitiu que o processo no campo missionário tivesse continuidade. Ela não
tentou, de forma egoísta, segurá-los para si. Sendo assim, é preciso que a
igreja atual reflita e repense sua recente prática missionária. O nosso Mestre
já direcionou o caminho a ser trilhado e não podemos pensar em missões de forma
diferente.
Missões, que inclui o evangelismo
local e às nações (Atos 1:8), não é o título, nem cargo. É trabalho sério.
Desse modo, sempre debaixo da orientação do Espírito Santo, urge para pregarmos
a Palavra a todo o mundo (Marcos 16:15), a tempo e fora de tempo (II Timóteo
4:2).
Temos que conhecer quem é Jesus.
Você tem que conhecê-lo e permitir que Ele perdoe seu pecado e que derrame amor
de deus em seu coração. Então você poderá perguntar a Ele: “Senhor. O que quer
que eu faça?”. Não pense que Cristo imporá uma lista enorme de coisas que não
pode fazer. Quando se caminha com Cristo, você pode fazer o que quiser, pois
Cristo fará você querer a vontade de Deus. E hoje a vontade de Deus para a Igreja
é que estendamos nossa mão para o próximo.
A Bíblia nos ensina que temos de
nos tornar pessoas que se importam com os outros. Nossa prioridade é para com
os membros do Corpo de Cristo, particularmente com a Igreja Perseguida. Quando
nos dirigimos a eles, nós os encontramos abertos para receber o amor de Deus, a
única resposta à perseguição. A batalha não será ganha com tanques ou com armas
no campo de batalha. A batalha real será travada por aqueles que estão cheios
do Espírito Santo de Deus. Pessoas que se disponham a ir e proclamar Jesus
Cristo. Que levem a Palavra de Deus.
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