quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Quarta Forte com Missª Sonia Nascimento


A Quarta Forte deste dia 17 de agosto de 2016, foi marcada pela palavra incisiva, forte e inquietante, um verdadeiro alerta para que tenhamos uma retomada em nossa postura espiritual, e analise de nosso caráter cristão. A noite contou com a adoração das cantores Bene Wanderley, Aline e Leticia, além da presença honrosa do Pr. Edson Nascimento.

A preletora especialmente convidada foi a Missª Sonia Nascimento (Mogi Guaçu SP), que com grande autoridade, ministrou uma palavra reveladora inspirada no relato de I Reis 21.

Após a guerra civil promovida entre os israelitas, que dividiu a nação em duas, uma sucessão de reis corrompidos marcou os primórdios do Reino do Norte, conhecido tambem por Israel. Acabe foi apenas o oitavo deles. Filho de Onri, um rei que conseguiu ser mais perverso de todos os anteriores, Acabe demostrou ao longo de seus 21 nos de reinado, muita força política, mas uma moral extremamente fraca. Em seu primeiro confronto com os sírios foi ajudado pelo Senhor, que venceu por Israel a batalha realizada em regiões montanhosas. Convencidos que o “Deus de Israel” era um “Deus de Montanhas”, a Síria levou a guerra para regiões de geografia plana, e mais uma vez, foi milagrosamente derrotada, sendo inclusive neste período cunhada a expressão: Deus dos Montes e dos Vales.

Portanto, Deus se revela desejoso de participar ativamente do reinado de Acabe, mas ele opta por alicerçar seu reino em alianças escusas, sendo a primeira delas com o próprio Ben Hadade, rei dos sírios. Sua mais errônea aliança, porém, é com Etball, rei dos sidônios e alto sacerdote de Baal, pois como parte deste tratado, Acabe se casa com a princesa fenícia Jezabel, uma mulher que traria ruína para toda a nação.

Com o casamento pagão de Acabe, a idolatria ganha legalidade no reino do Norte. Jezabel, agora Rainha de Israel, passa a exercer grande influência nas decisões mais relevantes do país, tendo seu marido em total sujeição. Ela usa a fraqueza emocional de Acabe para impor suas vontades, e assim oficializa o culto ao deus Baal no território israelita. Além disto, Jezabel promove uma verdadeira matança, assassinando todos os profetas que se posicionam contra as suas ações. Apenas um pequeno grupo remanescente é salvo da chacina, mediante a providencial ajuda de um alto funcionário do palácio por nome de Obadias que esconde e alimenta esses homens durante o período de perseguição.

Enquanto isso, Acabe se cerca com uma corja de pseudos profetas que falavam apenas o que o rei desejava ouvir, profetizando por pura conveniência. Sem uma liderança compromissada com Deus, toda a nação mergulha numa era de apostasia, imoralidade e escuridão espiritual. A perversidade deste casal foi tamanha, que sua semente do mal floresceu até mesmo no reino do Sul, quando Atalia, em mais um acordo malfadado, foi concedida em casamento à Jeorão, filho de Josafá. Assim como a mãe, ela sujeitou o seu marido, manipulou situações e após uma série de assassinatos, assumiu definitivamente o trono de Judá e ordenou que a linhagem de Davi fosse exterminada, o que só não ocorreu, graças a uma providencial intervenção divina (II Reis 11).

É neste cenário de monarquia corrompida que a Bíblia nos apresenta Nabal. Pouco sabemos sobre ele, um homem de Jezreel e que possui uma vinha nos arredores do Palácio. Acabe decidiu que a propriedade de Nabal era a localização perfeita para um belíssimo jardim, e afim de satisfazer seu ego, fez uma proposta por aquele pedaço de terra. Nabal prontamente se recusou a negociar sua vinha, a herança de sua família. Aquele poderia ser um negócio muito lucrativo para Nabal, mas para aquele homem, existia valores muito mais preciosos que o dinheiro. Assim, ele se mostra um exemplo de determinação na preservação da herdade que lhe fora confiada, uma terra regada com o seu amor, o que fez dela uma propriedade inegociável.

Se Nabal se portou como homem, Acabe se revela uma criança mimada. Ele retorna para o palácio emburrado, se tranca em seu quarto e ali se põem a lamuriar. Acabe estava deprimido porque não pode tomar posse do objeto de sua cobiça. Sua mulher, Jezabel, pôs-se imediatamente a investigar as causas da tristeza de seu marido, e assim que descobriu as intenções de Acabe, decidiu intervier para realizar o sonho egoísta de Acabe. Para que o rei pudesse caminhar por um jardim planejado, Nabal iria ter que morrer.

O plano de Jezabel incluía calúnia, falso testemunho, falsificação de documentos oficiais, corrupção política e um julgamento forjado. Nabal foi sentenciado a morte, mas morreu com o contrato de posse de sua vinha nas mãos, integro e incorruptível. Existem bens que são inegociáveis, mesmo que isto custe a própria vida.

Enquanto Acabe e Jezabel tomam posse da vinha de Nabal, Deus convoca o profeta Elias para uma missão especial: anunciar a derrocada daquele reinado perverso. Elias é informado pelo Senhor que o cálice de sua ira já estava sendo derramado sobre Acabe e Jezabel, e que Ele faria justiça por Nabal.


Agora, uma nova história está para começar, mas para isso, um profeta precisa tomar frente da batalha espiritual, e aceitar a missão divina a ele outorgada. O Reino de Deus entraria em conflito com o governo do homem, e seus caminhos se cruzaram pela primeira exatamente na vinha de Nabote, e a mensagem do profeta nada mais foi que uma sentença de morte contra o rei, que ciente de seu pecado, se arrependeu profundamente do mal que fizera a um homem inocente.


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