A Quarta Forte deste dia 17 de
agosto de 2016, foi marcada pela palavra incisiva, forte e inquietante, um
verdadeiro alerta para que tenhamos uma retomada em nossa postura espiritual, e
analise de nosso caráter cristão. A noite contou com a adoração das cantores Bene
Wanderley, Aline e Leticia, além da presença honrosa do Pr. Edson Nascimento.
A preletora especialmente convidada
foi a Missª Sonia Nascimento (Mogi Guaçu SP), que com grande autoridade,
ministrou uma palavra reveladora inspirada no relato de I Reis 21.
Após a guerra civil promovida
entre os israelitas, que dividiu a nação em duas, uma sucessão de reis
corrompidos marcou os primórdios do Reino do Norte, conhecido tambem por Israel.
Acabe foi apenas o oitavo deles. Filho de Onri, um rei que conseguiu ser mais
perverso de todos os anteriores, Acabe demostrou ao longo de seus 21 nos de
reinado, muita força política, mas uma moral extremamente fraca. Em seu
primeiro confronto com os sírios foi ajudado pelo Senhor, que venceu por Israel
a batalha realizada em regiões montanhosas. Convencidos que o “Deus de Israel”
era um “Deus de Montanhas”, a Síria levou a guerra para regiões de geografia
plana, e mais uma vez, foi milagrosamente derrotada, sendo inclusive neste
período cunhada a expressão: Deus dos Montes e dos Vales.
Portanto, Deus se revela desejoso
de participar ativamente do reinado de Acabe, mas ele opta por alicerçar seu
reino em alianças escusas, sendo a primeira delas com o próprio Ben Hadade, rei
dos sírios. Sua mais errônea aliança, porém, é com Etball, rei dos sidônios e
alto sacerdote de Baal, pois como parte deste tratado, Acabe se casa com a
princesa fenícia Jezabel, uma mulher que traria ruína para toda a nação.
Com o casamento pagão de Acabe, a
idolatria ganha legalidade no reino do Norte. Jezabel, agora Rainha de Israel,
passa a exercer grande influência nas decisões mais relevantes do país, tendo
seu marido em total sujeição. Ela usa a fraqueza emocional de Acabe para impor
suas vontades, e assim oficializa o culto ao deus Baal no território israelita.
Além disto, Jezabel promove uma verdadeira matança, assassinando todos os
profetas que se posicionam contra as suas ações. Apenas um pequeno grupo
remanescente é salvo da chacina, mediante a providencial ajuda de um alto
funcionário do palácio por nome de Obadias que esconde e alimenta esses homens
durante o período de perseguição.
Enquanto isso, Acabe se cerca com
uma corja de pseudos profetas que falavam apenas o que o rei desejava ouvir,
profetizando por pura conveniência. Sem uma liderança compromissada com Deus,
toda a nação mergulha numa era de apostasia, imoralidade e escuridão
espiritual. A perversidade deste casal foi tamanha, que sua semente do mal
floresceu até mesmo no reino do Sul, quando Atalia, em mais um acordo malfadado,
foi concedida em casamento à Jeorão, filho de Josafá. Assim como a mãe, ela
sujeitou o seu marido, manipulou situações e após uma série de
assassinatos, assumiu definitivamente o trono de Judá e ordenou que a linhagem
de Davi fosse exterminada, o que só não ocorreu, graças a uma providencial
intervenção divina (II Reis 11).
É neste cenário de monarquia
corrompida que a Bíblia nos apresenta Nabal. Pouco sabemos sobre ele, um homem
de Jezreel e que possui uma vinha nos arredores do Palácio. Acabe decidiu que a
propriedade de Nabal era a localização perfeita para um belíssimo jardim, e
afim de satisfazer seu ego, fez uma proposta por aquele pedaço de terra. Nabal
prontamente se recusou a negociar sua vinha, a herança de sua família. Aquele
poderia ser um negócio muito lucrativo para Nabal, mas para aquele homem,
existia valores muito mais preciosos que o dinheiro. Assim, ele se mostra um
exemplo de determinação na preservação da herdade que lhe fora confiada, uma
terra regada com o seu amor, o que fez dela uma propriedade inegociável.
Se Nabal se portou como homem,
Acabe se revela uma criança mimada. Ele retorna para o palácio emburrado, se
tranca em seu quarto e ali se põem a lamuriar. Acabe estava deprimido porque
não pode tomar posse do objeto de sua cobiça. Sua mulher, Jezabel, pôs-se
imediatamente a investigar as causas da tristeza de seu marido, e assim que
descobriu as intenções de Acabe, decidiu intervier para realizar o sonho egoísta
de Acabe. Para que o rei pudesse caminhar por um jardim planejado, Nabal iria
ter que morrer.
O plano de Jezabel incluía calúnia,
falso testemunho, falsificação de documentos oficiais, corrupção política e um julgamento
forjado. Nabal foi sentenciado a morte, mas morreu com o contrato de posse de
sua vinha nas mãos, integro e incorruptível. Existem bens que são inegociáveis,
mesmo que isto custe a própria vida.
Enquanto Acabe e Jezabel tomam
posse da vinha de Nabal, Deus convoca o profeta Elias para uma missão especial:
anunciar a derrocada daquele reinado perverso. Elias é informado pelo Senhor
que o cálice de sua ira já estava sendo derramado sobre Acabe e Jezabel, e que
Ele faria justiça por Nabal.
Agora, uma nova história está
para começar, mas para isso, um profeta precisa tomar frente da batalha
espiritual, e aceitar a missão divina a ele outorgada. O Reino de Deus entraria
em conflito com o governo do homem, e seus caminhos se cruzaram pela primeira exatamente na vinha de Nabote, e a mensagem do profeta nada mais foi que uma sentença de morte contra o rei, que ciente de seu pecado, se arrependeu profundamente do mal que fizera a um homem inocente.
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