Na fria noite deste sábado, 11 de
junho de 2016, o Grupo de Varões Herança Divina realizou, em parceria com o
Clube da Fé, um culto especial de homens, onde Deus foi louvado por seus
grandes feitos e adorado por sua fidelidade. A ministração ficou a cargo do Pb. Miquéias Daniel Gomes, que explanou
sobre nossa participação nos desígnios do Senhor.
A matéria prima necessária para
que Deus realize um milagre é o “NADA”. No texto original de Gênesis 1:1, o
vocábulo usado para descrever a criação é “Bârâ”, que significa “criar do
nada”. Basta apenas um pensamento do Criador para trazer à existência aquilo
que jamais antes existiu, mas este método criativo não é utilizado por Deus
quando se trata de sua mais preciosa criação: o homem.
Deus literalmente colocou a mão
na massa na concepção do corpo humano, moldando no barro suas formas e feições.
Depois, soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem se tornou alma
vivente. Desde então, o ser humano tem participado ativamente no agir
sobrenatural de Deus, tomando parte em seus milagres.
O Todo Poderoso trabalha na
esfera do impossível, mas deixa os detalhes possíveis a cargo de seus servos,
afim de que eles cooperem, entendam e valorizem a intervenção divina na
história. Foi Deus quem enviou o dilúvio, mas coube a Noé construir a arca.
Deus abriu o Mar Vermelho, mas a chave usada foi o cajado de Moisés. Deus
enviou fogo do céu, mas foi a oração de Elias que disparou o gatilho divino.
Deus multiplicou o azeite da botija, mas coube a pobre viúva tomar vasos emprestados
e deitar o azeite sobre eles. Mesmo que nossa ferramenta seja insignificante e
nossos subsídios estejam quase no fim, se os colocarmos nas mãos do Senhor,
então, do “quase nada” muito se pode fazer. Sansão tinha uma queixada de
jumento, mas ao colocá-la a disposição de Deus, ela se transformou em uma das
mais poderosas armas da história. Davi precisou de uma pedra lançada com fé
para derrubar um gigante armado até os dentes. Um menino que apresentou ao
Senhor cinco pães e dois peixinhos, além de contribuir para alimentar uma
multidão, retornou para sua casa com vários cestos abarrotados de comida. Com
Deus, o pouco faz muito.
A grande verdade é que Deus não
“precisa” de nós, mas Ele “conta” conosco, como participantes ativos de seu
poder. O Senhor opera em “nós” e através “nós”, dando-nos o privilégio de
sermos representantes de sua glória. Ele permite que sua obra seja realizada
pelas nossas mãos, e isto é uma honra imensural. Quando desempenhamos com zelo nossas
atribuições divinamente concedidas, louvamos a Deus e lhe rendemos tributos de
adoração. Um belo exemplo desta verdade pode ser encontrado em Zacarias 6:9-15.
O profeta Zacarias foi levantado
por Deus como um conselheiro dos judeus após os anos de exílio. A marca
registrada deste mensageiro do Senhor foram as suas maravilhosas “visões”
espirituais, que quando interpretadas corretamente, ainda revelam verdades
gloriosas para cristãos de todos os tempos e lugares. Zacarias foi
contemporâneo de Ageu, e profetizou num período onde os líderes mais expoentes
da nação eram Esdras e Neemias, responsáveis por recolaram Israel num caminho
de retorno aos mandamentos de Deus. Parte importante destes princípios era
exatamente a generosidade para com a Casa do Senhor, através da entrega de
dízimos e ofertas alçadas para manutenção do santuário e sustento dos levitas.
Neste período, o sumo-sacerdote
responsável pelos serviços do templo era Josué, personagem recorrente nas
visões de Zacarias, representando o próprio Cristo que haveria de vir. Após uma
série de oito visões miraculosas e interligadas, Deus ordena ao profeta para
descer até as casas de Heldai, Tobias, Jedaías e Josias, todos recém
repatriados, e ali pedir doações de ouro e prata. Com o material doado, ele
deveria confeccionar algumas coroas. Em seguida, a ordem do Senhor era para que
o profeta se dirigisse até o templo, onde então, uma após a outra, deveria
colocar cada coroa na cabeça de Josué (Zacarias 6:9-15).
Apesar da discussão teológica em
torno deste evento ser acalorada em algumas “rodas”, é comum o entendimento da
tipologia existente nesta passagem como sendo um simbolismo para a
coroação do próprio Cristo, já que o propósito relevado ao profeta é exatamente
estabelecer um memorial no templo do Senhor, o mesmo local onde o menino Jesus
seria apresentado quatro séculos depois (Lucas 2:27). Se a coroa representa o
poder, a honra e a autoridade que é outorgada a um Rei, aqui vale ressaltar a
origem da matéria prima utilizada em sua fabricação, ou seja, a voluntariedade
do povo em ofertar. Os judeus que retornaram do exílio tinham poucos recursos.
Naquele tempo havia apenas um animal para cada seis pessoas, o que evidencia a
limitação financeira daquela gente.
O pouco que tinham foi empregado
na reconstrução de Jerusalém, com a edificação do tempo e a reforma dos muros.
Mesmo assim, quando o Senhor solicitou que as famílias contribuíssem com ouro e
prata para uma destinação aparentemente fútil, o povo não se omitiu em ajudar.
Para ser coroado, Josué precisou
se ajoelhar, inclinando-se diante do profeta, que honradamente depositou a
coroa sobre sua cabeça. Ali, diante do sumo sacerdote, Zacarias não estava
sozinho, pois em suas mãos segurava o fruto da generosidade dos judeus.
Se analisarmos esta cena com os
olhos espirituais, passaremos a contribuir com muito mais amor e alegria.
Imagine que agora, ao invés de Josué, temos o próprio Cristo ressurreto. Todo
poder lhe foi dado nos céus e na terra, e Ele se tornou Senhor sobre tudo e
todos. Diariamente, as miríades de anjos e um número incontável de santos
exaltam seu nome e reafirmam sua realeza. Diante de tão grande devoção, Cristo
levanta do trono e se inclina para ser coroado por seu povo.
A beleza deste mistério é que a
coroa que reluz em sua cabeça, repousando sobre seus cabelos brancos como neve,
é feita aqui na terra, usando uma matéria prima muito prezada na eternidade: a
generosidade dos fiéis, que jamais se negam a estender a sua mão para as
necessidades do Reino de Deus. Ofertar com alegria é coroar o Cristo mais uma
vez.
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