Livremente inspirada nas ministrações do Pr. Wilson Gomes, durante o Culto da Família realizado no dia 19/06/2016.
Certa vez, o presidente
americano Abraham Lincoln declarou: Estou ultimamente ocupado em ler a
Bíblia. Tirai o que puderes deste livro pelo raciocínio e o resto pela fé, e,
vivereis e morrereis um homem melhor. A grande verdade é que ninguém
consegue se manter impassível diante da Bíblia, e este é de fato, o único livro
capaz de mudar o destino de um homem, no agora e na eternidade.
A Bíblia é na verdade
uma compilação de livros (como se fosse uma mini-biblioteca), escrita ao longo
de 1.600 anos por mais de 40 autores diferentes. Em sua versão “protestante”,
contem 66 livros, sendo 39 no Velho Testamento e 27 no Novo Testamento,
divididos em 1.189 capítulos e 31.103 versículos (este número pode chegar a
31.171 dependendo da versão).
Aqueles que se opõem ao
conceito de que a Bíblia seja um livro sagrado, apresentam como principal
argumento o fato dela ter sido escrita e compilada por homens, e isto de fato,
é verdade. O Velho Testamento, por exemplo, possui em sua vasta lista de
autores nomes como Moisés, Salomão, Jeremias e Esdras, sendo estes livros
catalogados, compilados e reconhecidos pelos mais eruditos rabinos judeus, e
somente em 250 d.C., é que houve um consenso sobre quais livros comporiam o
cânon vecchio testamentário.
No caso do Novo
Testamento, nomes como Paulo, Lucas, João, Pedro, Mateus e Tiago figuram entre
os principais escritores, sendo que foram os chamados “pais da igreja”, tais
como Clemente, Policarpo e Irineu, alguns dos responsáveis pela catalogação dos
evangelhos e epístolas, sendo a mesma finalizada apenas em 397 d.C.
Para um livro estar no
cânone sagrado foram observados alguns elementos. No caso do Velho Testamento,
foi considerado se o livro fazia parte do cânon hebraico, se ele foi citado por
Jesus ou seus discípulos e se seus ensinamentos não contradiziam outros livros.
Foi exatamente estes critérios que separaram o que hoje consideramos “sagrados”
dos chamados “livros apócrifos”, que embora tenham valor histórico
inquestionável, não são considerados divinamente “inspirados”.
Para o Novo Testamento
os critérios foram ainda mais exigentes. O autor precisaria ser um apóstolo ou
ter tido ligação direta com um deles. O livro precisaria ser aceito pelo Corpo
de Cristo como um todo. O conteúdo obrigatoriamente deveria ser de consistência
doutrinária e ensino ortodoxo. O livro teria que conter provas de alta moral e
valores espirituais que refletissem a obra do Espírito Santo.
Nenhum livro passaria
por este crivo se não fosse inspirado pelo próprio Deus, e foi exatamente Ele,
que se encarregou não apenas de “inspirar” os autores, como também “direcionar”
os compiladores nas escolhas corretas de quais livros deveriam compor as
Escrituras, tornando a Bíblia em nossa única regra de fé, sendo que os
ensinamentos nela contidos, são as bases do genuíno cristianismo. Em nenhum
momento, porém, a Bíblia se impõe sobre o homem, exigindo dele uma fé cega e
atitudes inconsequentes.
Muito pelo contrário, a
própria Bíblia se coloca na posição de ser verificada, testada, analisada,
meditada, conferida e interpretada. Somente após esmiuçar a Palavra, e deixá-la
fluir voluntariamente aos recônditos do coração, e que o homem poderá
finalmente entender as palavras de Paulo em II Timóteo 3:16 - Toda a
Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e
plenamente preparado para toda boa obra.
A doutrina bíblica é a
chave para sermos bem sucedidos na caminhada cristã. Infelizmente, por não ser
valorizada, assistimos uma série de novas “doutrinas” surgindo, não para a
glória de Deus e sim para o próprio homem. Isso tem feito com que a Igreja do
Senhor Jesus experimente um desvio doutrinário e Paulo exorta Timóteo a
admoestar quanto aos falsos ensinos que estavam entrando na Igreja (I Timóteo
1:3). Esse desvio doutrinário se caracteriza de várias formas, levando cristãos
à distorção ou até mesmo ao abandono da fé.
Infelizmente, muitos homens têm
construído verdadeiros “impérios”, fazendo uso indevido da Palavra de Deus.
Interpretam a Bíblia ao bel prazer, aplicando textos isolados como regras de fé
para justificar seus engôdos doutrinários.
Muitos homens têm se colocado
acima do próprio Cristo, com muitas denominações tendo como seu estandarte um
líder religioso e não mais o Salvador Ressurreto. Obras megalomaníacas ofuscam
a simplicidade do Evangelho. Rituais abolidos pelo próprio Cristo são trazidos
de volta com intenções puramente comerciais. A fé do povo tem sido tratada como
moeda de troca e milagres são barganhados por bens materiais. Homens amantes de
si mesmo, que por puro hedonismo e interesse pessoal são verdadeiros
“profissionais” da fé, e com isso, pastores se tornam animadores de plateias e
levitas são elevados a status de ídolos. Obviamente, quando isto acontece, a
Bíblia é posta no centro de um cabo de guerra de intenções escusas. Nestes
casos, a motivação está claramente deturpada, sendo lapidada pelos mesmos
falsos profetas que Jesus nos alertou que estariam em nosso meio (Mateus 24:11).
Quando as motivações estão
deturpadas, a obra pode até prosperar, mas um dia, essa ostentação se
transformará em ruína. O orgulho humano precede a queda e a avareza é um
anuncio antecipado da miséria. Que possamos voltar ao Evangelho puro e simples
que Jesus nos ensinou, onde o amor é o maior mandamento e corações limpos são
cartões de visita para o trono de Deus.
Onde os valores são medidos pela
voluntariedade e não por cifras monetárias. Onde o que somos testifica do
Evangelho e não apenas o que temos. Um Evangelho onde Cristo seja o centro e
homens sejam apenas servos. Um Evangelho onde a Bíblia seja amada, lida e
meditada com fervor e paixão, e não garimpada descompromissadamente, apenas em
busca de argumentos que justifiquem as motivações libidinosas de homens que se
comprometem apenas com o próprio ego.
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